Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.
1.
Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.
2.
O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás à vontade dos seus inimigos.
3.
O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença.
4.
Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha alma, pois pequei contra ti.
5.
Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
6.
E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.
7.
Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:
8.
Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará mais.
9.
Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
10.
Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes retribua.
11.
Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim o meu inimigo
12.
Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.
13.
Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e amém.
14.
Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!
15.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?
16.
As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?
17.
Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.
18.
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.
19.
Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.
20.
Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
21.
Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
22.
A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
23.
Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?
24.
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
25.
Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo.
26.
Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
27.
Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me elas ao teu santo monte, e à tua habitação.
28.
Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.
29.
Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
30.
Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antigüidade.
31.
Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles plantaste; afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.
32.
Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu braço que os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto, porquanto te agradaste deles.
33.
Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para Jacó.
34.
Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome pisamos os que se levantam contra nós.
35.
Pois não confio no meu arco, nem a minha espada me pode salvar.
36.
Mas tu nos salvaste dos nossos adversários, e confundiste os que nos odeiam.
37.
Em Deus é que nos temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o teu nome.
38.
Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos exércitos.
39.
Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que nos odeiam nos despojam à vontade.
40.
Entregaste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as nações.
41.
Vendeste por nada o teu povo, e não lucraste com o seu preço.
42.
Puseste-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria àqueles que estão à roda de nós.
43.
Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio entre os povos.
44.
A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre,
45.
à voz daquele que afronta e blasfema, à vista do inimigo e do vingador.
46.
Tudo isto nos sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu pacto.
47.
O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas,
48.
para nos teres esmagado onde habitam os chacais, e nos teres coberto de trevas profundas.
49.
Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as nossas mãos para um deus estranho,
50.
porventura Deus não haveria de esquadrinhar isso? pois ele conhece os segredos do coração.
51.
Mas por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o matadouro.
52.
Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos rejeites para sempre.
53.
Por que escondes o teu rosto, e te esqueces da nossa tribulação e da nossa angústia?
54.
Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão.
55.
Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.