Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.
1.
Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.
2.
Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
3.
Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
4.
Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?
5.
Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque Deus os rejeitou.
6.
Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
7.
Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder.
8.
Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca.
9.
Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de si.
10.
Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida.
11.
Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade.
12.
De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom.
13.
Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.
14.
Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração, e não te escondas da minha súplica.
15.
Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,
16.
por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade, e com furor me perseguem.
17.
O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram.
18.
Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu.
19.
Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria, e encontraria descanso.
20.
Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.
21.
Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade.
22.
Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e contenda na cidade.
23.
Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniqüidade e malícia estão no meio dela.
24.
Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das suas ruas.
25.
Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me;
26.
mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo.
27.
Conservávamos juntos tranqüilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus.
28.
A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio íntimo.
29.
Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
30.
De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.
31.
Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra mim.
32.
Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus.
33.
Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto.
34.
A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas.
35.
Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.
36.
Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.
37.
Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo.
38.
Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente pelejam contra mim.
39.
No dia em que eu temer, hei de confiar em ti.
40.
Em Deus, cuja palavra eu lovo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo;
41.
Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal.
42.
Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha morte.
43.
Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira!
44.
Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?
45.
No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está comigo.
46.
Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo,
47.
em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?
48.
Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei ações de graças;
49.
pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida?