Linguagem
                
                
                
            
            Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos.
                                        1.
                            Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não procede de lábios enganosos.
                        2.
                            Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos à eqüidade.
                        3.
                            Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.
                        4.
                            Quanto às obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento.
                        5.
                            Os meus passos apegaram-se às tuas veredas, não resvalaram os meus pés.
                        6.
                            A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.
                        7.
                            Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que à tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.
                        8.
                            Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas,
                        9.
                            dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
                        10.
                            Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.
                        11.
                            Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra.
                        12.
                            Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos.
                        13.
                            Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,
                        14.
                            dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
                        15.
                            Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar.
                        16.
                            Eu te amo, ó Senhor, força minha.
                        17.
                            O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
                        18.
                            Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.
                        19.
                            Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me amedrontaram.
                        20.
                            Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
                        21.
                            Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.
                        22.
                            Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.
                        23.
                            Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador; dele saíram brasas ardentes.
                        24.
                            Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.
                        25.
                            Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
                        26.
                            Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.
                        27.
                            Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.
                        28.
                            O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
                        29.
                            Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.
                        30.
                            Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, à tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas narinas.
                        31.
                            Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.
                        32.
                            Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram mais poderosos do que eu.
                        33.
                            Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.
                        34.
                            Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
                        35.
                            Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
                        36.
                            Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.
                        37.
                            Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.
                        38.
                            Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
                        39.
                            Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
                        40.
                            Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.
                        41.
                            Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras contrário.
                        42.
                            Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.
                        43.
                            Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas.
                        44.
                            Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.
                        45.
                            Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.
                        46.
                            Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso Deus?
                        47.
                            Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;
                        48.
                            faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos meus lugares altos.
                        49.
                            Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.
                        50.
                            Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua clemência me engrandece.
                        51.
                            Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.
                        52.
                            Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de os ter consumido.
                        53.
                            Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.
                        54.
                            Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se levantam.
                        55.
                            Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me odeiam eu os destruo.
                        56.
                            Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.
                        57.
                            Então os esmiúço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.
                        58.
                            Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu não conhecia se me sujeita.
                        59.
                            Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se me submetem.
                        60.
                            Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
                        61.
                            Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha salvação,
                        62.
                            o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,
                        63.
                            que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
                        64.
                            Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
                        65.
                            Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.
                        66.
                            Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
                        67.
                            Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
                        68.
                            Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.
                        69.
                            Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
                        70.
                            que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.
                        71.
                            A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.
                        72.
                            A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
                        73.
                            Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.
                        74.
                            O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
                        75.
                            Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
                        76.
                            Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.
                        77.
                            Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.
                        78.
                            Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.
                        79.
                            Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!
                        80.
                            O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.
                        81.
                            Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.
                        82.
                            Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.
                        83.
                            Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu desígnio.
                        84.
                            Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.
                        85.
                            Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.
                        86.
                            Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.
                        87.
                            Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.
                        88.
                            Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.
                        
                    
        
            
            
                    
                
            
        