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Parte 1
Por que o Novo Testamento foi incluído no Cânon?
A inclusão do Novo Testamento no cânon bíblico foi resultado de um processo que ocorreu ao longo de vários séculos. As seguintes razões desempenharam um papel significativo em sua inclusão:
1. Autoridade Apostólica: Os livros do Novo Testamento foram escritos principalmente por apóstolos ou indivíduos intimamente associados a eles, como Marcos (associado a Pedro), Lucas (associado a Paulo) e Tiago (irmão de Jesus). Esses escritores foram considerados oficiais e seus escritos foram vistos como inspirados pelo Espírito Santo, transmitindo os ensinamentos e experiências de Jesus e da comunidade cristã primitiva.
2. Testemunho ocular: Muitos dos livros do Novo Testamento foram escritos por indivíduos que tiveram experiência pessoal direta com Jesus ou tiveram acesso a relatos de testemunhas oculares. Esses relatos eram altamente valorizados e vistos como fontes confiáveis de informação sobre a vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
3. Uso cristão primitivo: As comunidades cristãs primitivas circularam amplamente e usaram os escritos que mais tarde se tornariam o Novo Testamento. As cartas de Paulo e outros apóstolos, bem como os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), foram lidos, estudados e reverenciados nas primeiras reuniões cristãs. Esses escritos tiveram um impacto profundo nas crenças, adoração e práticas das primeiras comunidades cristãs.
4. Consistência doutrinária: Os livros do Novo Testamento foram cuidadosamente avaliados pelos primeiros líderes cristãos e teólogos para garantir sua consistência doutrinária e alinhamento com os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. Os escritos foram avaliados por sua precisão teológica, conformidade com a tradição apostólica e concordância com as crenças centrais emergentes da fé cristã primitiva.
5. Ampla aceitação: Os livros do Novo Testamento ganharam ampla aceitação e reconhecimento em várias comunidades cristãs ao longo do tempo. Eles foram usados para ensino, adoração e desenvolvimento da doutrina cristã. O consenso entre diferentes comunidades cristãs primitivas quanto à inclusão desses livros contribuiu para sua canonização.
6. Consenso da comunidade: Concílios e sínodos realizados pelos primeiros líderes cristãos ajudaram a estabelecer e confirmar o cânon do Novo Testamento. Por exemplo, os Concílios de Hipona (393) e Cartago (397) no Norte da África, bem como o Concílio de Roma (382) e o Concílio de Constantinopla (381) no Oriente, discutiram e afirmaram os livros a serem incluídos na o Novo Testamento.
É importante notar que o processo de canonização não foi uniforme em todas as comunidades e regiões cristãs. Alguns livros enfrentaram um debate inicial ou uma incerteza temporária, mas, eventualmente, surgiu um consenso geral, reconhecendo os livros que compõem o Novo Testamento como autorizados e inspirados por Deus.
No geral, a inclusão do Novo Testamento no cânon foi resultado de avaliação cuidadosa, reconhecimento da autoridade apostólica, consistência doutrinária e ampla aceitação entre as primeiras comunidades cristãs.